Anne-Marie Garnero morre aos 16: drama de transplante de coração e alerta sobre doação de órgãos

Anne-Marie Garnero morre aos 16: drama de transplante de coração e alerta sobre doação de órgãos

Na madrugada de 21 de setembro de 2025, Anne-Marie Garnero, de 16 anos, entrou em parada cardíaca e não resistiu. Filha da modelo Schynaider Moura e do empresário Mário Bernardo Garnero, a adolescente era conhecida não só pela família famosa, mas também pela coragem ao conviver com uma doença rara do coração.

O que é a cardiomiopatia dilatada?

Trata‑se de um tipo de cardiomiopatia em que os ventrículos do coração perdem a capacidade de bombear sangue de forma eficaz. O músculo cardíaco se estica, as paredes ficam finas e a força de contração diminui. Os sintomas costumam aparecer de forma precoce: cansaço extremo ao subir escadas, falta de ar em atividades simples e dores no peito. Em muitos casos a doença pode ser congênita, mas também surge depois de infecções virais que inflamam o coração.

No Brasil, a cardiomiopatia dilatada é a forma mais comum entre crianças e adolescentes, e costuma ser a principal razão para transplantes cardíacos nessa faixa etária.

Da primeira internação ao transplante

Anne-Marie recebeu o diagnóstico ainda na adolescência e, em junho de 2022, precisou ser submetida a um transplante de coração. A cirurgia foi considerada um sucesso, e a família celebrava o aniversário de três anos do procedimento com mensagens de gratidão e apoio à causa da doação de órgãos.

Entretanto, a jornada pós‑operatória foi marcada por riscos. Pacientes transplantados precisam de imunossupressores para evitar a rejeição do órgão, ficam expostos a infecções, arritmias e, em alguns casos, podem precisar de um novo transplante.

Anne-Marie passou mais de 30 dias hospitalizada antes do transplante, sofreu duas paradas cardíacas e, mesmo após a operação, continuou sob vigilância intensiva. A última crise, em 21 de setembro, acabou sendo fatal.

O impacto na campanha de doação de órgãos

Após o falecimento, Schynaider Moura compartilhou nas redes sociais uma oração de Santo Agostinho, "A morte não é nada", ressaltando a fé da família e a importância de encarar a perda com serenidade. O gesto gerou uma onda de solidariedade, com celebridades, atletas e milhares de internautas reiterando o pedido por mais doadores.

O caso já havia inspirado o apresentador Fausto Silva a buscar um transplante, mostrando como histórias pessoais podem mudar decisões de vida. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, até setembro de 2025 foram realizados 289 transplantes de coração no país, número ainda muito aquém da demanda.

Especialistas apontam que a falta de doadores está ligada a desconhecimento, medo e processos burocráticos. Campanhas de conscientização que trazem relatos como o de Anne-Marie ajudam a humanizar o tema e a romper barreiras.

  • Diagnóstico precoce: exames de ecocardiograma e testes genéticos podem identificar a doença antes que os sintomas se agravem.
  • Importância do cadastro de doadores: ao se cadastrar, a pessoa autoriza a doação de órgãos, facilitando processos em hospitais.
  • Suporte psicológico: pacientes e familiares precisam de acompanhamento emocional para enfrentar o choque da doença e o pós‑transplante.

O funeral de Anne-Marie aconteceu em São Paulo, reunindo familiares, amigos e várias personalidades do entretenimento. A presença maciça reforçou o compromisso da sociedade em lembrar a jovem e continuar lutando pela causa que ela e sua família defenderam.

Enquanto a comunidade lamenta a perda precoce, a história de Anne-Marie permanece como um alerta: a necessidade de mais corações disponíveis, a importância de diagnóstico e tratamento adequados e o poder da solidariedade para transformar vidas.